Contador como orientador estratégico em dívidas bancárias
Aprenda como ele pode auxiliar na gestão financeira, renegociação de dívidas e prevenção de novos endividamentos, além de alternativas para lidar com as dívidas
Nos últimos anos, o endividamento bancário tem crescido de forma expressiva entre empresas e pessoas físicas. Segundo dados do Banco Central, o crédito às famílias e empresas segue em expansão, mas, em contrapartida, o aumento das taxas de juros e a instabilidade econômica têm levado muitos a enfrentar dificuldades para manter os pagamentos em dia.
Diante desse cenário, o papel do contador vai além da escrituração: ele se torna um agente estratégico na orientação sobre gestão financeira, renegociação de dívidas e prevenção de novos endividamentos.
Quando uma empresa se vê com dívidas bancárias, os reflexos vão além do fluxo de caixa. Podem surgir:
Restrição de crédito em instituições financeiras;
Comprometimento do capital de giro, dificultando operações básicas;
Risco de execução judicial, em caso de inadimplência prolongada;
Prejuízo à imagem diante de fornecedores e parceiros.
Esses fatores, somados, podem levar à perda de competitividade no mercado e até mesmo à insolvência.
Tradicionalmente visto como responsável apenas por obrigações fiscais e contábeis, o contador tem assumido cada vez mais uma posição de consultor financeiro. No campo das dívidas bancárias, ele pode auxiliar o cliente em diversas frentes:
Mapeamento da dívida: Identificar valores, taxas, encargos e condições contratuais.
Análise de viabilidade: Avaliar se a dívida pode ser quitada, renegociada ou se há indícios de juros abusivos.
Planejamento de negociação: Preparar o empresário ou pessoa física para negociar melhores prazos, redução de juros e condições adequadas ao fluxo de caixa.
Educação financeira: Orientar sobre organização, separação de contas pessoais e empresariais e uso consciente do crédito.
Além da negociação direta com bancos, outras estratégias podem ser adotadas:
Portabilidade de crédito: transferir a dívida para outra instituição que ofereça condições mais vantajosas.
Troca de dívidas caras por crédito mais barato: substituir linhas de crédito com juros elevados (como cheque especial) por empréstimos com taxas menores.
Renegociações coletivas: aproveitar feirões e mutirões de negociação promovidos por bancos e órgãos de defesa do consumidor.
Ações judiciais: em casos de abusividade comprovada, é possível recorrer ao Judiciário para revisão contratual.
Para os contadores, atuar nesse nicho significa agregar valor ao serviço prestado. Empresas e pessoas endividadas buscam não apenas resolver problemas imediatos, mas também estruturar um futuro financeiro mais sustentável. Nesse sentido, a consultoria contábil se torna essencial.
Ao posicionar-se como especialista em gestão de dívidas e finanças, o contador pode ampliar seu portfólio de serviços, fidelizar clientes e se destacar em um mercado cada vez mais competitivo.
As dívidas bancárias, embora preocupantes, podem ser tratadas de forma estratégica. O contador, como profissional de confiança, tem nas mãos a oportunidade de orientar clientes rumo à renegociação consciente e à reorganização financeira.
Mais do que registrar números, o profissional contábil pode ser protagonista na recuperação e sustentabilidade financeira de empresas e pessoas físicas, fortalecendo o papel da contabilidade como ferramenta essencial de gestão.